Em A estrela invísível: Albert Camus e o mito de Nêmesis, Raphael Luiz de Araújo nos convida a explorar o último ciclo da obra camusiana, iluminando aspectos pouco conhecidos do processo criativo do autor de O mito de Sísifo e O estrangeiro. O autor oferece uma nova chave de leitura para o legado de Camus, focada na figura mitológica de Nêmesis. Este estudo apresenta um Camus amadurecido, que, inspirado pela deusa da ordem cósmica, reflete sobre os limites e o equilíbrio necessário para se opor à desmesura dos regimes totalitários e das ideologias extremistas do século XX. Nêmesis aparece aqui como símbolo da resistência ética e humana, contrapondo-se ao niilismo e à abstração desumanizante das estruturas de poder. Araújo, com o raro privilégio de acessar e transcrever manuscritos inéditos do escritor, aprofunda-se nos fragmentos do projeto inacabado de Camus sobre o mito, revelando o potencial filosófico e poético desses textos-fantasmas.
Ao rastrear os manuscritos e cadernos pessoais do autor, e através de diálogos entre mito e filosofia, Araújo nos conduz por uma jornada de reflexão sobre a ética, a política e a poética camusiana, enfatizando a atualidade da busca de Camus pela “medida justa” diante dos desafios contemporâneos. Em tempos de extremismos e de distorções políticas, a mensagem de Nêmesis surge como um convite à construção de uma sociedade fundada no diálogo, no respeito aos limites e na justiça humana, valores universais defendidos pelo pensador franco-argelino.
Ao familiarizar-nos com a trajetória de Camus, Araújo mostra que a relação entre literatura e mitologia transcende a narrativa linear, oferecendo-se como um recurso de autoconhecimento e resistência. Assim, A estrela invísível: Albert Camus e o mito de Nêmesis é uma leitura essencial para os estudiosos da obra de Camus e para todos que procuram compreender o papel dos mitos na formação de uma ética de resistência e solidariedade no século XXI.


Para que suas lágrimas parem de jorrar
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Fluorescentes
Vida: efeito-V
Poemas para morder a parede
Confabulações
Linhas de força do contemporâneo no Brasil e no México
A queda
Da dificuldade de nomear a produção do presente
Imagem, violência e memória
Olha, os agapantos estão voltando!
Tradução, arquivos, políticas 

