Em A mímica invertida dos desaparecidos, Alexandre Rodrigues da Costa reúne um conjunto de
poemas que ultrapassam a superfície das palavras, revelando, pondo “a nu o que nos transcende“.
Corpos anônimos, gelados, plenos de fraturas, vazios e repletos de silêncio saltam por estas
páginas; ruídos que ainda se desconhecem, rasuras, ou “o núcleo frio e denso do ar vibrante.
Escrita num fino equilíbrio entre destreza de escrita, profundidade de conteúdo e harmonia
espacial, a poesia de Alexandre Rodrigues surpreende o leitor, transportando-o para lugares
raros, paisagens precárias, ricas de sentido(s). Nesse movimento, mimetiza o que está ausente e
presente, o que está entre nós e o que nos compõe, utilizando, como o reverso de um mímico,
as palavras como matéria.