Escrever é a possibilidade de se ser vingativo; o mais engraçado; mãe ou pai, assassino ou salvador, juiz ou condenado, digno ou escroto. Ser alguém que você pensa não ser, mas que é capaz de estar ali, fazendo-se fiel ao ato de escrever. Atores também vivem isso, mas sendo um outro. O escritor é o outro.
Enquanto se discute o lugar de fala, o da escrita é de quem deseja arriscar. É meio ou todo clichê dizer isso, mas escrever pode ser a sua própria reinvenção na forma ou na liberdade das palavras ditas nas esquinas, cortiços, apartamentos, puteiros ou onde o capeta estiver fazendo suas sinapses. Tudo isso ou muito disso, seguem caminhos diferentes, por fronteiras e dizeres distintos, em “A Noite da Besta”, nome do conto que abre os outros 13. Um alerta: não espere encontrar nem piores nem melhores seres humanos dali para a frente. Cabe aos personagens nos dizerem isso. Você se apaixonaria por alguns, faria saliência com outros e, lá vamos nós, mataria também. Morte tem um quê de absolvição para os personagens de José Guilherme Vereza.
Vale a pergunta: reside o cronista ou o contista? Ao esbarrar com um dos seus personagens na rua, talvez seja crônica. Encontrado em um canto do pensamento, arrisque dizer: é um conto. Prepare-se para ser jogado no tempo e nos cenários sem piedade. Encare a verdade como um leitor de José Guilherme: ele é capaz de levar você sorrindo até o próximo corte na garganta sem espirrar sangue como Tarantino. É um corte preciso, sem exageros. Não é spoiler. É figurativo. Só mesmo uma pessoa tão amorosa é capaz de crueldade assim. Em se tratando dele, ser o amigo, e não um dos personagens, é um conforto. [Marcos Apóstolo]


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