Desde a formação da estética como disciplina filosófica, a questão das delimitações – entre o belo e o sublime, a ética e o estético, a arte e a vida – sempre esteve no centro das investigações.
De Kant a Hegel, passando pelo romantismo e pela crítica poética de Walter Benjamin, a filosofia estética explora a singularidade de diferentes formas artísticas, mas também reconhece o valor de atravessar esses limites, dando origem a novas reflexões e modos de criação.
No Brasil, o tema da fronteira foi revisitado, como ilustra o conceito de antropofagia de Oswald de Andrade, propondo devorar e ressignificar influências externas ao invés de simplesmente imitá-las. Na arte contemporânea, fronteiras entre arte erudita e popular, moderno e arcaico, são desafiadas e reconfiguradas, revelando o caráter fluido e provocador da estética brasileira.
Os artigos aqui reunidos estimulam o leitor a pensar a estética como um campo em movimento, no qual refletir sobre seus limites e transpor barreiras constituem um convite ao diálogo entre filosofia, criação e crítica, com reverberações na cultura e na identidade contemporâneas.