A lição no 1 deste livro de Sylvia Damiani é o prazer. O pássaro que voa, como quem escreve o poema, deixa o corpo solto, planando pelas cidades, estradas e paisagens deste Atlas, olhando as coisas a cada vez de outros ângulos, de ponta-cabeça, de trás pra frente, como numa brincadeira. Porque este livro é feito de muito humor, o humor da verdadeira modéstia, de quem escreve poemas como quem descongela o freezer ou faz alguma outra tarefa corriqueira, e fundamental, cuidadosamente, pacientemente, sem a presunção do grande especialista, atenta a cada gesto e movimento.
A especialidade é o olhar, com clareza e perspicácia, dirigido às coisas, aos outros – “tento alcançar você”, é como se cada um dos poemas nos dissesse. E se cada poema, qual criança ou amante, exige muito de quem escreve, tudo bem, porque nele é possível viver em estado de expectativa, à espera de ver no que dá cada dia, cada viagem, cada encontro. E nesse estado fica também quem lê, poema após poema, até chegar ao fim, para então querer logo começar de novo. [Paloma Vidal]


O mar que restou nos olhos
Corpo, substância gozante?
Trabalhos jurídicos
Jogo de linguagem e a ética ferencziana
Mulheres de moto pelo mundo
O som dos anéis de Saturno
Lições do Tempo
No horizonte do provisório
Caminhos para conhecer Dona Flor no cinquentenário da narrativa de Jorge Amado
Max Martins em colóquio
Numa nada dada situação
No domínio de Suã
"Moscou" visto por
Pré-história
Saúde mental e memória
Cartas trocadas
Nas frestas das fendas
Cinco prefácios para cinco livros não escritos
"O fio da memória" visto por
Motus perpetuo
A gaia ciência de James Joyce
Da capo al fine 

