Em Atrás da Vidraça o poeta maranhense Samarone Marinho incursiona por uma espécie de poética da ausência: perda, infância, envelhecimento, muros, precariedades. Ou, de repente, um olhar que recupera o mundo, que sustenta sua esperança, como o olhar de uma riança, ou de um gatinho num metrô. “Eu”, “Nós”, “o mundo”, “o outro”: sempre circunstanciais, mas sempre plausíveis acima do que o silêncio da poesia pode balbuciar. Num mundo vertiginoso, em que o tempo passa mais depressa do que às vezes percebemos (“pra que querer saber as horas / se os dias são mais velozes / que a clarividência do olho”), é preciso o olhar clarividente de um poeta para decifrar – em versos consisos ou mesmo em prosa – os enigmas da nossa contemporaneidade.


Nenhum nome onde morar
Antologia poética
O menor amor do mundo
Da capo al fine
A cidade inexistente
O vento gira em torno de si
A casa invisível
Eu, Jeremias
Estrada do Excelsior
Como não agradar as mulheres
Estou viva
Cadernos de alguma poesia
O mar que restou nos olhos
No horizonte do provisório
Nas frestas das fendas
Parados e peripatéticos
Poemas para morder a parede
Anônimo nômade
Os Gaviões da Fiel
Grito em praça vazia
A construção social do "ex-bandido"
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Era preciso um caminho
Dois campos em (des)enlaces
Corvos contra a noite 

