Um lar de idosos tem sua rotina alterada após a chegada de Arnaldo, um homem na faixa dos seus 60 anos que precocemente escolhe viver naquele lugar. Sua chegada transforma a dinâmica de um ambiente que primava por uma aparente serenidade, e a narrativa nos coloca dentro de um universo fechado onde enfermeiras e residentes desnudam seus pensamentos e lembranças.
Pouco a pouco, por trás daquela rotina aparentemente esterilizada começam a surgir impasses e dilemas tanto existenciais quanto eróticos, trazendo à tona paixões e comportamentos que os corredores limpos e silenciosos não conseguem esconder.
Cárcere branco explora as contradições de uma convivência forçada, onde o conforto vira prisão e os gestos cotidianos escondem profundos questionamentos. Ronaldo de Medeiros e Albuquerque apresenta um relato contundente sobre uma vida em confinamento voluntário, com uma prosa direta e cativante que prende o leitor desde as primeiras linhas.


Poemas para morder a parede
O mar que restou nos olhos
O morse desse corpo
Chacona e fuga
Rumor nenhum
O assassinato da rosa
Numa nada dada situação
Tempo-música, música-tempo
O vento gira em torno de si 

