Com o coração na boca

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REF: 9786559059225 Categoria:

[Livro em pré-venda – envio a partir de 25 de agosto]

Com o coração na boca encerra uma trilogia de Félix Alberto Lima iniciada com Filarmônica para fones de ouvido (2018) e Nas profundezas desses olhos rasos (2020). Nesta sequência, cada livro parece ser a exploração involuntária de um sentido: primeiro, a escuta; depois, o olhar; e agora, a boca, como espaço liminar entre o dentro e o fora, o corpo e o mundo.

O livro reúne mais de 80 poemas que se articulam por uma arquitetura interna bastante orgânica: há uma pulsação contínua entre poemas longos e densos e outros brevíssimos, quase sentenças que funcionam como placas tectônicas demarcando o terreno da escrita. Versos como “toda boca é um porto” (em Verbete) anunciam essa geografia da travessia, do embarque e do risco. A boca, metáfora central do livro, é apresentada não apenas como lugar de enunciação, mas também de fome, de caos & subversão: “só a boca / subverte o fonema” (Culta).

A linguagem de Félix Alberto neste livro é deliberadamente versátil, ora aflorando um lirismo de alta voltagem emocional, ora encenando uma brutalidade seca e perturbadora. Poemas como Anatomia de um tiro revelam essa tensão entre a fragilidade e a resistência: “no olho da bala / ainda há meninos dançando ciranda”, enquanto Da boca pra fora expõe um medo difuso e quase insólito.

O coloquial e o metafórico se entrelaçam num ritmo que, por vezes, lembra uma improvisação de jazz, cheia de pausas inesperadas e de explosões de sentido.

A experiência da cidade — especialmente São Luís, com seus becos, seus quintais e seus fantasmas — atravessa o livro como um cenário afetivo e ao mesmo tempo desolado. A cidade é lugar de pertença e de exílio, tensão que repercute no próprio tom ambivalente da obra.

A boca, portanto, é também a boca do tempo, da história e da resistência. Félix Alberto constrói uma poesia que não pretende oferecer conforto, mas desassossego. Uma poesia que sangra, aqui e ali armada até os dentes. No fim, o poeta parece dizer que, apesar de todo o desencanto, resta a palavra – corpo insurgente – para habitar os vestígios do humano; e que a poesia só existe quando ainda é capaz de tumultuar rotinas e retinas.

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