Romance ousado e de originalidade ímpar, escato é um livro ao mesmo tempo fascinante e perturbador, que desafia o leitor ao mesmo tempo em que explora os mais profundos desvãos da condição humana. Segundo Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, “[…] é, ao mesmo tempo, uma investigação a respeito do destino do homem – ambivalência que permeará o narrador e a espécie humana –, como também um tratado excrementício do que as duas extremidades corpóreas produzem abundantemente, a saber, merda e palavra, assim confundidas no ato criador. Tal dualidade ecoa, como voz e ruído, incontáveis dúvidas que se acumulam ad infinitum, sopesando os sentidos e a razão de quem tem a palavra ou a lê. Prisioneiro de um limbo físico e espiritual, o narrador é ainda a personagem secundária de sua existência, quando procura mapear um lugar que é dele e de todos, espectadores e atores da dissolução que fatalmente nos atinge, contaminados a partir das mãos que sustentam o livro mesmo, durante a leitura, e a história de um país cuja lógica formativa é a da perversidade sistêmica.
[…]escato, enfim, é uma obra que se faz texto e rascunho, no momento da leitura, como alegoria da ambiguidade do indivíduo que mergulha em si para explorar as entranhas de uma sociedade enferma. O Outro, espelho e pedra desse sujeito, desdobra-se na misteriosa ‘ela’, seu Duplo onipresente tanto quanto ausente, como se possível encarnar e transcender amor e desejo, ódio e abandono, existência e morte, incessantes bifurcações sem saída no caminho de um pacto insolúvel entre autor, personagens e leitores.”


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