O universo poético de Luca Argel transita entre o cotidiano e o inesperado, traduz-se em imagens de cores cujo nome nem conhecíamos, num mundo de pixels onde nem sempre é possível fixar o grafite na memória. Universo geracional de quem já nasceu na era da informação, aqui temperado com um talento musical para a combinação de sons, trazendo o frescor de uma originalidade quase lúdica que faz da poesia brinquedo, ou melhor dizendo: arte.
Desde a “arte de tomar banho e continuar azul” até “aquele dia em que você abre a geladeira dá de cara com um saquinho de couve e dá uma choradinha”, passando pelas frases em cantonês, por todos os provérbios e pelo significado da palavra nacre, é possível ver o caleidoscópio do mundo pela “bola de vidro sem nenhum futuro dentro” de um presente que até pode ser filmado para ser visto em retrospecto, mas cujos múltiplos sentidos não se esgotam tão cedo, à primeira leitura. Afinal, “registrar o óbvio faz parte do trabalho” do poeta, enquanto transforma o mundo.


Greg Sam
Operários navais
A tulipa azul do sonho
A outra história
Corvos contra a noite
Vento, vigília
Machado de Assis
O tempo amansa / a gente
Da capo al fine
Combatentes da paz
Numa nada dada situação
O fim do Brasil
Realismo, realismos
Poemas para morder a parede
O mais sutil é a queda
Estado novo e esporte
Nenhum nome onde morar
Estou viva
Pedaço de mim 

