O protagonista Jeremias conta ao amigo de infância Raziel os pormenores das aventuras e das agruras vividas pelos dois na flor da idade, à flor da pele: a enormidade do primeiro amor, as tensões familiares, as lições bíblicas e latinas no seminário, as primeiras libertinagens e volúpias – e os incomuns desdobramentos na sua vida pessoal, tantos anos depois. É com arte e engenho que Fernando Dusi Rocha constrói esta obra originalíssima, derivada do cruzamento único entre português e galego, com notas de inglês, espanhol e até latim – pode ser mesmo que estas páginas contenham o que há de mais próximo da chamada “língua dos anjos”, ainda que entrelaçada com um apetite erótico. O berço em que jaz Eu, Jeremias cumpre um movimento pendular: ora se inclina para o divino, entrevendo as portas do céu, ora privilegia o profano, adivinhando a beira da boca do inferno.


De todas as únicas maneiras
Três faltas e você será foracluído [...]
Corvos contra a noite
O movimento queremista e a democratização de 1945
Corpo em combate, cenas de uma vida
Quando estava indo embora
O vento gira em torno de si
Hakim, o geômetra e suas aventuras
O tempo amansa / a gente
Translinguismo e poéticas do contemporâneo
Sinais Trocados
O mais sutil é a queda 

