O protagonista Jeremias conta ao amigo de infância Raziel os pormenores das aventuras e das agruras vividas pelos dois na flor da idade, à flor da pele: a enormidade do primeiro amor, as tensões familiares, as lições bíblicas e latinas no seminário, as primeiras libertinagens e volúpias – e os incomuns desdobramentos na sua vida pessoal, tantos anos depois. É com arte e engenho que Fernando Dusi Rocha constrói esta obra originalíssima, derivada do cruzamento único entre português e galego, com notas de inglês, espanhol e até latim – pode ser mesmo que estas páginas contenham o que há de mais próximo da chamada “língua dos anjos”, ainda que entrelaçada com um apetite erótico. O berço em que jaz Eu, Jeremias cumpre um movimento pendular: ora se inclina para o divino, entrevendo as portas do céu, ora privilegia o profano, adivinhando a beira da boca do inferno.


Numa nada dada situação
Teatro dos 4
O vento gira em torno de si
Um Flamengo grande, um Brasil maior
Entre pedaços e camadas
Educação do corpo e escolarização de atletas
O som dos anéis de Saturno
Poemas para morder a parede
Pré-história
A casa invisível
As amarras
O médico e o barqueiro e outros contos
A cidade inexistente 

