Filha é a unidade vocabular perfeita para nomear esse livro que começa com uma dedicatória voltada aos que não vingaram. Nayara Noronha desenha em seu romance de estreia uma complexa relação entre mulheres diferentes ligadas uma à outra por dois partos: o inicial, que as tornaram mãe e filha, e o mais recente, aquele que jogou ambas no limbo do luto das mortes inexplicáveis, lugar onde nem a linguagem se basta. Dividido em três partes, as narrações distintas, marcadas pelo uso de expressões mineiras e pelas vivências territoriais e temporais de cada uma, moldam como o leitor entra em contato com as personagens, criando um jogo bem interessante de contraste e aproximação entre as experiências de mundo e as memórias dessa família. […] Estela e Elena dividem nomes parecidos, uma quantidade enorme de genes, uma família comum, lembranças diferentes de entes queridos e uma história feita de detalhes de um cotidiano típico das cidades do interior que acabam evidenciados pela distância física, geracional e emocional, que separam Elena, na maior cidade do país, de Estela em sua pequena e fictícia Conceição das Gerais. E, no recorte temporal dessa novela marcada pelos(des)encontros entre mãe e filha, elas agora vivem uma ausência em comum, a de Ester, essa filha-neta perdida para o destino, apesar de todas as expectativas. [Thaís Campolina]


Antologia poética
O menor amor do mundo
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Estrada do Excelsior
O mar que restou nos olhos
Corvos contra a noite
O caos preclaro
Carnaval, ritual e arte
Vento, vigília
Pedaço de mim
As amarras
A casa invisível
Como não agradar as mulheres
Motus perpetuo
A era do sono 

