O que temos neste livro de Júlia Studart é a inteligência e a habilidade de uma poeta que escreve imagens com a mão desaprendida, a da linha fresca, e consegue colocar-se severamente à escuta do tempo nessa guerra de todos contra todos. Ou como sugere Nuno Ramos, no prefácio, uma escrita que fica entre “uma elisão constante” e “um grãozinho fatal”. Por isso, nessa guerra, este livro é como um telegrama de amor, contingente e incerto. Os poemas percorrem as páginas, entre as epígrafes e um cólofon encantado, compondo um desenho diante de um tempo lacerado em que apenas se pode ouvir. É o risco político de cumprir com o poema a composição de outra história, a que nunca houve, a que não há, a que se ouve – a do mal-entendido, como conceito e experiência.


Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
O menor amor do mundo
O morse desse corpo
A filosofia natural e experimental na Inglaterra do século XVIII
Mulheres de moto pelo mundo
A gaia ciência de James Joyce
Cadernos de alguma poesia 

