Memória e Esquecimento no Grande Sertão: veredas – Travessia e Melancolia caminha, de um lado entre o trauma e a melancolia relacionados ao amor de Riobaldo por Diadorim, à experiência coletiva da violência e ao lamento diante da ruína do sertão “que não passam”. De outro, a travessia de um texto inteiramente marcado pelas ideias de movimento, trânsito, passagem.
Na busca por acompanhar a vertigem do texto de Guimarães Rosa, o estudo procede com as diferentes teorias – a psicanálise, a filosofia e a história – do mesmo modo como escritor e narrador parecem operar em seu “espelho cem-dobro de lumes”: recortando-as e remontando-as segundo um certo olhar, porém mantendo as contradições em aberto, buscando no leitor a parada na terceira margem da imaginação.
Ao realizar uma leitura da sobredeterminação do romance na e sobre a cultura, este livro evidencia como o texto de Rosa, estruturado na dialética do senhor-culto e jagunço-professor, remexe num dos recalques fundadores da cultura brasileira, a escravidão. E, ao colocar este nosso sintoma em movimento, permite liberar imaginativamente outras formas de violência e totalitarismo que se sucederam ao próprio livro, como a ditadura militar de 1964 – “que ela passe”.
O Grande Sertão: veredas é lido então como o grande revelador das anacronias, lacunas e latências, saltos e dobras de um tempo distinto do tempo cronológico, e não somente para o sujeito, mas para os processos históricos nos diferentes enlaces entre a memória, a história e o esquecimento. Mais do que isso, o ensaio confirma a presença pulsante
de Guimarães Rosa no comum de nossa memória, vida e sonhos.


Machado de Assis
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