Sob a sombra do presente, com jovens sonhos perdidos entre as telas/celas que se abrem no game da vida, o poeta vê o mundo com seus olhos maduros de menino. O mergulho do escafandrista é profundo, nos mares internos em que todas as cores e lembranças se encontram num átimo, como se pudéssemos ir além do tempo para decifrar os enigmas que nos devoram, a cada volta do relógio e a cada folha perdida do calendário.
A morada do poeta é a nossa, nesse metaverso de janelas sem paisagem, nos dígitos e algoritmos que bombardeiam tanta notícia, na crônica de um mundo muito diverso da invenção de nossos sonhos já quase antigos, no corpo que nos abriga mesmo com todas suas falhas iminentes, nos diálogos com poemas e canções, com Pessoa e Drummond, nas margens de um rio sem fim, na rotação e translação que nos levam juntos nessa mesma nave, nessa mesma viagem, em que “restam as palavras / como (s)obras de sentido / coluna e lacuna / arquitetura mítica / nossa morada mínima”.


Antologia poética
Grito em praça vazia
A outra história
Corpo em combate, cenas de uma vida
A memória é uma boneca russa
Vento, vigília
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Fraquezas humanas
A desordem das inscrições
Poemas para morder a parede
Da capo al fine
O assassinato da rosa
História de vocês
Vera Ballroom
Fausto tropical
A bordo do Clementina e depois
Pulvis
"O fio da memória" visto por
Rita
Corvos contra a noite
A invenção do amor
O menor amor do mundo
1922
De todas as únicas maneiras
A queda
O chamado da vida
Crítica de poesia
A Criação Original
Governo Vargas: um projeto de nação
Outro (& outras)
Burguesia e trabalho
A gaia ciência de James Joyce
Histórias do bom Deus
Beco da vida
O mar que restou nos olhos 

