A poesia de Cristiano Menezes é simples, curta e sensível como uma síntese da luz do dia a dia, do clarão das emoções espontâneas, nos momentos sombrios da insônia, na alegria natural dos encontros, nos amores que viveu mas também na trágica reflexão existencialista das cidades por onde circulou com intensidade e nos ares que fez vibrar com sua voz radiofônica e elegante.
A poesia termina repentinamente “como neóns que nada mais anunciam”? Creio que não. Cristiano vive aqui entre nós e nos lembra que a efemeridade da própria vida não existe e que podemos nos revisitar por meio da arte que deixou por tantos cenários que encontrou, reviveu e inventou. Sua escrita tem a dimensão lúcida das frases sem arrogância e artifícios de metáforas congeladas e sem conteúdo.Tem coração, pulmão, cabeça e sentidos múltiplos para expressar a têmpera da qual somos feitos e nos constitui durante toda a vida. Sabia que o tempo escoa naturalmente com alguns acidentes de percurso inesperados mas surpreendentes como um susto no meio do caminho, uma palavra repentina arriscada no muro. Aqui está uma parte do poeta e a parte que falta fica para nos lembrar que somos mais inéditos que publicados, mais presença afetiva que memória e que ele faz parte de um raro tempo onde vivemos intensamente tudo ao mesmo tempo e que no sufoco da solidão sabia que só podia contar com os amigos e consigo mesmo. [Xico Chaves]


Me chamo Lully
A praça do mercado
Formação de professores e experiência docente
Quase música
A desordem das inscrições
Mulheres velejando pelo mundo
O médico e o barqueiro e outros contos
E daí?
Pedaço de mim
História, memória, instituições
Chernoviz e outro romantismo
Arrastão de textos
Teatro e comicidades: Estudos sobre Ariano Suassuna e outros ensaios
O menor amor do mundo
Estou viva
Ritual e performance
Lisboa inspira
Meu imenso Portugal
Nas frestas das fendas
O fracasso do poema
Ciclopes e medusas
Lugar comum
Poesia reunida 

