À primeira vista, Nuga parece um daqueles livros singelos, de leitura rápida e fácil. A começar pelo título – coisa sem importância, ninharia. Pois a poesia às vezes parece mesmo fácil, no verso das rimas. Já no prefácio o próprio autor anuncia (em tom poético) as intenções do livro: “ele quer falar de ti / de mim, ou de tudo / esse tudo tão nada”. E segue hipnotizando o leitor pela cadência, pelo ritmo, pela sonoridade, com algumas pitadas de um certo humor autoirônico, ao mesmo tempo que desvela com leveza uma visão filosófica do mundo e da existência, passeando pelas artes e pelas formas (mais que literárias), pelas relações humanas (mais que amorosas), bem como pelas aparentes banalidades do cotidiano, para tocar nos temas mais profundos.


Cárcere privado
O morse desse corpo
Vento, vigília
Pedaço de mim
O mar que restou nos olhos
Da capo al fine
O mais sutil é a queda
O fim do Brasil
Estrada do Excelsior
Estou viva
Pulvis
Corvos contra a noite
De todas as únicas maneiras
Grito em praça vazia
Era preciso um caminho
O médico e o barqueiro e outros contos
Poesia reunida
Sonilóquios
O tempo amansa / a gente
Numa nada dada situação
O menor amor do mundo
A bordo do Clementina e depois
A cidade inexistente
Interpretações literárias do Brasil moderno e contemporâneo
Cadernos de alguma poesia
A casa invisível
A construção social do "ex-bandido"
A incerteza das formas
Como não agradar as mulheres
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel 
