Em 1973, o desapontador cometa Kohoutek cruzou os céus do planeta. O petróleo vivia uma de suas grandes crises. Que mais? Usavam-se calças boca de sino. Os Secos & Molhados estouravam nas paradas. Paul McCartney cantava “my love does it good wo-wo-wo-wo-wo”. Ah… e o mundo acabou. Pelo menos o mundo de um garoto de 12 anos, habitante dos imensuráveis 15 km2 do município de São Caetano do Sul, o cê do ABC paulista. Em dez dias do mês de setembro, rebentou o que restava da infância de Carmino Galante, nos trambolhões de uma aventura que mistura mistério, morte, bicicleta, tomates com açúcar e bailinho.
Como nas obras de Robert Louis Stevenson e Mark Twain, ou em O Ateneu, de Raul Pompéia, e Doidinho, de José Lins do Rego, a despeito da pouca idade do protagonista, O mundo acabou em 1973 não é literatura infantil nem mesmo juvenil. É apenas literatura. Onde os universos das prateleiras de livros se embrenham encarniçados uns nos outros, promiscuamente. Mais ou menos como acontece na vida real.