Ao abrir o estridente portão metálico, o apito zurra e o pesar dos passos dos operários se avoluma – uníssonos. Em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, caminham os fantasmas dos operários e seus bisnetos, assim como na obra de Marcos Nascimento. Nas fábricas, a brutalidade do trabalho braçal de crianças, mulheres e homens são o que conduzem os versos e remonta um tempo em que a eletricidade acendia ainda os primeiros postes do bairro. As fotos que compõem o livro trazem esse testemunho passado e presente, onde Bangu sobrevive mesmo quando os portões se fecham. Marcos Nascimento traz à tona um lugar fundado e fundido em poesia.


Pulvis
A casa invisível
Corvos contra a noite
Estrada do Excelsior
Nas frestas das fendas
Antologia poética
O fim do Brasil
Numa nada dada situação
Poemas para morder a parede
O mar que restou nos olhos
Poesia reunida
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
O morse desse corpo
Vento, vigília
O assassinato da rosa 

