Quando evocada, qual é a primeira imagem mental que a palavra “pescoço” provoca? Para alguns, pode remeter a um pescoço nu, envolto de uma atmosfera erótica. Para outros, talvez remonte a uma cena de violência – enforcamento, decapitação etc. –, e portanto à vulnerabilidade do corpo. Para os praticantes do hinduísmo, é na região do pescoço que se localiza o quinto chakra, responsável pela expressão da individualidade, da verdade, de propósito e da criatividade. E os gânglios linfáticos do pescoço muitas vezes nos dão as primeiras pistas de que há algo de errado e de que é melhor recorrer a um médico.
Pescoço é palavra ambígua, característica comum aos contos de Thiago Picchi. Se por uma lado sua escrita tem uma linguagem bem direta que nos cativa de imediato, por outro os enredos das narrativas são sempre surpreendentes, optando por caminhos inesperados e deixando o leitor desnorteado. Haja pescoço para tantas torções inesperadas e para acompanhar esse jogo literário semelhante ao tênis, com ideias que se movimentam de um lado para o outro com rapidez e desenvoltura. E que o leitor fique avisado: é melhor proteger a jugular, porque é onde mira o autor deste Pescoço.


Corvos contra a noite
A casa invisível
78
Quase música
Tartamudo
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
Poesia reunida
Dinossauro emancipado
O tom da infância
Psicanálise entre línguas
Culturas e imaginários
Da capo al fine
Pedaço de mim
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Eu, Jeremias
A bordo do Clementina e depois
Algum Lugar
Outro (& outras) 

