Entre o que se diz e o que se cala, entre o traço que parece letra e o silêncio que o sustenta, Poesia e silêncio percorre o espaço tenso onde a escrita deixa de ser mera transmissão de significados para tornar-se gesto, ruído, fissura.
A partir da noção de escritas insignificantes, Marcelo Reis de Mello investiga obras que desafiam os limites do legível, evocando artistas e poetas como Paul Celan, Mallarmé, Leïla Danziger, Nina Papaconstantinou e Mirtha Dermisache. Não se trata de buscar um conceito rígido, mas uma noção aberta, móvel.
Entre ensaio e fragmento, teoria e poesia, o livro questiona a necessidade de nomear aquilo que escapa: o furo, o não-dito, a falha que, paradoxalmente, dá corpo ao poema. Ao convocar referências de Barthes, Derrida, Deleuze e Haroldo de Campos, o autor propõe uma leitura crítica, que desarma fronteiras entre o gráfico, o pictórico e o verbal.
Poesia e silêncio não oferece respostas fechadas – oferece, antes, passagens. Caminhos que conduzem o leitor ao território onde a palavra, em vez de explicar, tremula; onde o poema, ao mesmo tempo que fala, se desfaz; e onde o insignificante revela, silenciosamente, a sua força.


As duas
Corvos contra a noite
Espaço, corpo e tempo
Judaísmo e cultura
Boca bilíngue
Eco de sinos sobre a cidade
Chegada e expansão da Light no Rio de Janeiro
Uma história à margem – segunda edição
O exílio de Augusto Boal
Diálogos possíveis
No avesso da genealogia
Capoeiragem
Chiclete
Pedaço de mim
As amarras
Raízes partidas
O mar que restou nos olhos
Poemas para morder a parede
Governo Vargas: questões regionais e relações interamericanas
Arroz e feijão, discos e livros
Da capo al fine
O assassinato da rosa
O fim do Brasil
Linhagens performáticas na literatura brasileira contemporânea 

