Numa prosa fluente e bem-humorada, Fernando Paiva joga com os limites tênues que separam o bizarro daquilo que é simplesmente humano. Situações cômicas e personagens insólitos nos fazem questionar quando o monstro precisa de salvação ou na verdade, é digno de saudação. É impossível não sentir uma secreta simpatia por Juliana, a vidente que lê o futuro nas pintas de seu corpo, ou o chef sem paladar, com um complexo trauma de infância. E o tradutor, que reescreve um livro medíocre e o transforma em obra prima, será um inconsequente antiético ou os fins justificam os meios? E se a engenharia genética provar que o paranoico, que mata galinhas para salvar a raça humana de extinção, não está tão louco assim? Podemos fingir que não os reconhecemos, mas os monstros de Fernando Paiva sorriem familiares a cada página, mostrando que nos conhecem muito bem.


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