Ser tão menino tem como cenário a pequena (ainda hoje) Tebas, situada na Zona da Mata mineira, e retrata, de maneira lírica, mas ao mesmo tempo impiedosa, a ente comum de uma cidade do interior. Dividido em duas partes, “Menino” e “Moço”, acompanha as descobertas de um garoto no Brasil das décadas de 1950 e 1960, que já não era mais rural, embora também não fosse ainda urbano. Ávido por conhecer mundos para além das montanhas que cercam sua cidade natal, o rapaz, que “no fundo, detesta Minas, peso-prisão que lhe atazana o voo”, rompe com seu passado e muda-se, em definitivo, para o Rio de Janeiro, numa tentativa desesperada de livrar-se de um universo pessoal sufocante sem saber que ia ao encontro de um universo não menos opressor; o Brasil sob a ditadura militar. O personagem, no entanto, não sabe disso, mas o leitor sim. Eis que, aliás, o grande mérito de Fajardo, cujo narrador, a certa altura, afirma: “o silêncio mora dentro de mim. Dele nascem minhas palavras”.


Eu, Jeremias
Da capo al fine
Quando formos doces
O tempo amansa / a gente
Nas frestas das fendas
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
Poemas para morder a parede
"Santo forte" visto por
Outro (& outras)
O produtor como autor
O animal do tempo / A inquietude
A memória é uma boneca russa
Pirandello presente
Sophia: singular plural
A tradição viva em cena
"Babilônia 2000" visto por
A paixão mortal de Paulo
Desarquivando o literário Vol. 1
O exílio de Augusto Boal
Numa nada dada situação
Fausto tropical
Estou viva
Sobre o teatro de marionetes
Sodoma
A Criação Original
Tradução e psicanálise
Mulheres de moto pelo mundo
Ciclopes e medusas
Corpo em combate, cenas de uma vida 

