“Um poema como prancha / sobre a poça / Um poema como escudo / de Perseu / Um poema como alavanca / de Arquimedes / (Dai-me um poema e levantarei / o mundo)”.
Misturando Parnaso com Orixá, musa com vampiro, coxo com sublime, em Sideral há espaço de sobra para qualquer investigação poética. Na voz dessa obra, em tom de confissão, o autor flagra os desdobramentos do tempo e os quebra-cabeças da memória com um lirismo ímpar. Contribuindo para o desmonte da “torre de marfim”, a poesia de Maurício de Macedo está ao alcance dos dedos (como grão de areia) e na extensão do olhar (feito luz celeste).