Somente a verdade

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Somente a verdade

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ISBN: 9788542101362 REF: 9788542101362 Categoria:

Quando tinha apenas cinco anos, Mario Lucachesi viu o pai embarcar em mais uma de suas viagens misteriosas,mas desta vez não mais para trazer os tão ansiados chocolates belgas – para nunca mais voltar.A foto da lápide e as lágrimas da mãe atestavam a morte do patriarca, mas Mario nunca se convenceu. O menino cresce e se torna estudante de história, guia turístico premium, filho modelo e um legítimo membro do Clube dos Mentirosos; e como tal, mestre na arte de vender ilusões, criando histórias tão sofisticadamente ilusórias que soam mais verossímeis que a pobre realidade, tão nua e crua. Mentir é diferente de inventar uma verdade – diz um personagem – o rei sempre está nu, diz outro. Os fatos e relatos se confundem a cada reviravolta desta narrativa na qual todos parecem esconder algum segredo.

Como o poeta fingidor, nosso jovem herói desenha heterônimos tão intensamente vivos que não há como decifrar quais deles (e se eles) são apenas fruto da sua mente alucinada. Com um perfeito domínio da arte de narrar, aliado a uma inventividade admirável, Fernando Paiva constrói um labirinto ficcional de complexa arquitetura, na qual o leitor se perde com prazer, questionando a cada página as fronteiras do real. O que é mentira, o que é realidade, quem será o grande mentiroso nessa história? Ao se enredar na imbrincada teia imaginativa de Mario Lucachesi (ou Fernando Paiva?), o leitor embarca num jogo que reflete sobre o papel da literatura – e da leitura – como ato de criação e invenção do mundo e de todos nós.

Trocou a Polícia Civil pela poesia marginal, em plena ditadura, no meio dos anos setenta, porque cansou-se da brutalidade daquele regime, e porque via beleza onde seus colegas enxergavam sujeira. O submundo da Lapa foi sua fonte inspiradora, os delinquentes, os trombadinhas, os arruaceiros, os malandros, as musas mulatas. Cada sílaba em sua poesia soa como um tiro de revólver trinta e oito raspando a orelha da alta sociedade carioca, pá-pum, pá-pum, balas de escória, imundas de miséria, para matar e ser morto, pois cada disparo é um pouco de si que deixava cair, como pedras portuguesas que saem do lugar e desfiguram o desenho da calçada do seu corpo.

 

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