As lembranças da infância, dos pais e da vida em família na escuna que era a casa do Sítio de Cima, ao pé da serra em Minas Gerais, são o ponto de partida de Todo dia é domingo. “No lugar do meu coração preciso colocar uma pedra”, diz – e repete – a narradora, como um mantra que pudesse anular a memória, as fotografias antigas e tão nítidas, os esconderijos no porão da casa-escuna que tudo abriga, tantas vidas. Geny Vilas-Novas é fiel a seu estilo, e narra a vida cotidiana com todas as suas tramas e seus dramas se entrelaçando numa teia literária que talvez fosse impossível de criar se fosse só invenção. E ao mesmo tempo ela nos conta essas histórias, que vêm desde a mitologia clássica ou do folclore brasileiro, como numa conversa íntima ao pé do ouvido, com uma intimidade que é quase como se já conhecêssemos os personagens antes mesmo de nos serem apresentados. Para quem já leu seus outros romances, este livro é mais uma peça de um quebra-cabeça que remonta uma vida, ou muitas. Para quem ainda não conhece a obra da autora, Todo dia é domingo é uma ótima porta de entrada para um universo de encantamento com aquilo de melhor que a literatura pode oferecer: escrita com alma.


Corvos contra a noite
A era do sono
Murmúrios
Cadernos de alguma poesia
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
Nas frestas das fendas
Espiral: contos e vertigens
O vento gira em torno de si
O mar que restou nos olhos
Trabalhos jurídicos
Pedaço de mim
Cinema, literatura e filosofia
"Santo forte" visto por
Durante
A outra história
Caminhos do hispanismo
O cinema de Nelson Rodrigues
Pré-história
Sodoma
Do lado do tempo
Arroz e feijão, discos e livros
Algum Lugar 

