Quinto livro de poemas de Annita Costa Malufe, Um caderno para coisas práticas brinca com a ideia de anotação. Uma sequência de poemas – ou fragmentos de poemas – que se emendam como as páginas de um caderno de notas. Os temas vão e voltam e nunca se concluem. Personagens são esboçados e logo desaparecem. A escuta de vozes, que já conduzia seus livros anteriores, é o mote da escrita, da anotação rápida, da condução rítmica que tenta achar algum fio de continuidade entre estilhaços de histórias. Segundo o poeta Manoel Ricardo de Lima, que assina a orelha do livro: “[…] a ideia de Annita com esse livro é nos colocar diante do fonocentrismo frouxo de nosso tempo agora através da simulação da autobiografia (procedimento que retira com força e incorpora de alguns poetas e artistas que lê e vê e gosta muito, como tarefa política), é também nos colocar diante da impossibilidade de qualquer autobiografia.
(Semifinalista do Prêmio Oceanos 2017)