Neste ensaio, Luciana di Leone pensa a maternagem como gesto político e poético. Em torno de quatro verbos — conviver, aleitar, costurar e abortar — a autora monta cenas, apresenta poemas e reflexões críticas que desestabilizam imagens naturalizadas da maternidade, propondo leituras em que o maternar se inscreve como prática relacional, atravessada por disputas simbólicas e afetivas.
Mais do que um estudo sobre temas maternos na poesia, o livro interroga os modos de enunciação e de circulação desses gestos — o cuidado, o toque, o trabalho invisível — na linguagem poética. A obra Cicatriz, de Mariana Guimarães, presente na capa, condensa essa proposta: feita com linha preta sobre meias de bebê, ela expõe as tensões entre amor e fardo, doçura e dor, íntimo e público.
Nas dobras do convívio e da escrita, o livro aposta na crítica como escuta e na maternagem como invenção política — jamais como imposição biológica.


Mulheres de moto pelo mundo
Pessoas em movimento
Pedaço de mim
Inclusive, aliás
Fraquezas humanas
No limite da palavra
Estrada do Excelsior
Realismo, realismos
"Pervivências" do arcaico 

