Este volume reúne uma série de ensaios dedicados à obra sermonística de Antônio Vieira. Embora escritos em momentos distintos, os textos compartilham uma mesma abordagem crítica: a recusa do anacronismo e o esforço de não dissociar a representação colonial dos condicionamentos históricos da prática teológico-retórica que a sustenta.
A investigação parte do princípio de que a compreensão das práticas discursivas do século XVII exige o restabelecimento de seus sistemas de produção, circulação e recepção, considerando os regimes retóricos e os parâmetros de leitura então vigentes. Evita-se, assim, a projeção de categorias contemporâneas sobre um objeto que pertence a um universo simbólico radicalmente distinto.
Para preservar a historicidade dessas práticas, os ensaios propõem a análise dos sermões de Vieira em relação com outras práticas coetâneas e com os critérios retóricos que organizavam os discursos de sua época. O resultado é uma leitura que insere a obra vieiriana em seu próprio tempo, sem abrir mão da complexidade conceitual que ela demanda. Ao articular comparatismo e transdisciplinaridade, o livro busca iluminar a multiplicidade de vínculos que atravessam a produção de Vieira – com a filosofia, a teologia, a retórica e as artes –, oferecendo ao leitor uma constelação de entradas para o entendimento de sua linguagem e de seu mundo.


Imperfeito
Umbigo
Metrô
Toda família tem uma
Sobre as árvores solitárias e os gritos que ecoam nas erosões
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Sintaxe do amor
Nenhum nome onde morar
Ir, embora
Corvos contra a noite
Quieto
Pulvis
Contos contidos
Dinossauro emancipado
Todo dia é domingo
Poemas para morder a parede
O tempo amansa / a gente
Fausto tropical
Nas frestas das fendas
No limite da palavra
Regra e exceção 

