As imagens ganham movimento na poesia de Laura Liuzzi, seduzindo os olhos e ouvidos com uma cadência fina, misto de delicadeza e precisão. Em Calcanhar, a jovem poeta encanta com uma poesia límpida, apurada e madura, surpreendente para um livro
de estreia. Tal como a fotografia, a poesia de Laura Liuzzi é o ato flagrante que revela o instante irreversível. Seus poemas capturam o breve segundo em que o olhar se detém e se descobre nas coisas do mundo. No blush das bochechas, nas pedras portuguesas do chão; na garça que esconde o voo em imobilidade, no gato aninhado na lã. A poesia que toca na nuca, arrepiada num calafrio.


Mulheres de moto pelo mundo
Todo mundo é louco?
A casa invisível
Do poema nasce o poeta
O mais sutil é a queda
Pedaço de mim
"Babilônia 2000" visto por
Corvos contra a noite
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Fraquezas humanas
O autista e seus objetos
A Criação Original
"O fio da memória" visto por
O tempo amansa / a gente
"Volta Redonda, memorial da greve" visto por
Grito em praça vazia 

