Se por um lado este livro é construído a partir de uma perda, uma ausência, por outro esta mesma ausência adquire uma presença marcante, indelével, enquanto o personagem de olhos de jabuticaba vai ganhando vida aos nossos olhos. Cada poema de Campo de pouso nos traz esse pai, esse avô, às vezes visto pelo olhar de uma memória de criança, às vezes pelo adulto que compartilha com ele, e conosco, esse legado: “não posso me distrair / enquanto meu futuro é traçado / a giz na calçada” – e nessa escrita fugaz do destino, à mercê dos ventos e da chuva, encontramos a chave da fragilidade humana que ecoa nestas páginas. As rotas de um voo incerto, a urgência de um meteoro, o mergulho da concha e os sons, as cores e os sabores das diferentes estações, das plantas e das flores, estão presentes aqui como numa conversa íntima entre pai e filho, marcada pela saudade. Até que chega o Sudoeste, poema-narrativa de uma partida. E agora “Quem ensinará os meninos / a voar?”
Nesta verdadeira carta de amor ao pai, nas eternidades gravadas na memória, Eric Pestre afirma uma escrita de rara sensibilidade, espelhando com arte as lições e aprendizagens que ficam para todos os filhos, para seguirmos em frente sempre com a presença forte também daqueles que perdemos.


Grito em praça vazia
Corvos contra a noite
Poemas para morder a parede
O assassinato da rosa
O mais sutil é a queda
Balada de uma retina sul-americana
Estão matando os humoristas
Poesia reunida
Natureza humana 2
Corpo em combate, cenas de uma vida
A gaia ciência de James Joyce
Diálogos possíveis
Antologia poética
Nenhum nome onde morar
Novarina em cena
Realismo, realismos
Vento, vigília
Cadernos de alguma poesia
O som dos anéis de Saturno
Vera Ballroom
Da capo al fine
Regra e exceção
O morse desse corpo
A clínica contemporânea e o abismo do sentido
O que faço é música
Histórias do bom Deus
Pulvis
Trama 

