Na fronteira entre a poesia e a prosa, entre e realidade e o sonho, os microcontos de Samarone Marinho apresentam, com extrema concisão e certa ironia resiliente, os múltiplos sentidos incorporados pela vida diária. Entre o diálogo arqueológico, o geográfico, o aritmético e o mnemônico, e para além do diálogo dos pássaros, das baratas ou dos ratos, o verdadeiro diálogo que se estabelece aqui é com o leitor, que se torna também inventor e coautor de cada minitexto, pois o que se esconde em cada entrelinha é também o que se revela na imaginação de cada um. A passagem do tempo, o silêncio do não dito, as pequenas sutilezas dos relacionamentos – às vezes basta uma frase, uma resposta, uma pergunta, uma elipse, um título que modula a leitura, para conter ou contar uma história. É nessa concisão extremamente depurada que Samarone constrói a sua arte mais que poética. Seus contos mínimos vêm acompanhados, neste volume, dos Ensaios da lentidão, formas híbridas de ensaística e ficção ao exame dos conteúdos de um cotidiano que ainda se mostra rico em diversidade e espanto.


Tartamudo
Sobre o teatro de marionetes
A invenção do amor
Histórias do bom Deus
O conceito de ficção
Poesia pode ser que seja fazer outro mundo
O mar que restou nos olhos
Didática
Discurso e…
Uma escola de luta
"O fio da memória" visto por
A gaia ciência de James Joyce
Pré-história
O aprendiz do desejo
O autista e seus objetos
Nenhum nome onde morar
O cinema de Nelson Rodrigues
O morse desse corpo
Campos de Carvalho contra a Lógica
O assassinato da rosa
Poesia reunida
Poemas para morder a parede
Cadernos de alguma poesia
Dinossauro emancipado
Motus perpetuo
Livro das sonoridades
Placenta: estudos
Mulheres de moto pelo mundo
Vento, vigília
O menor amor do mundo
Som + imagem
Numa nada dada situação
Cara de cavalo 

