Sempre na perspectiva de que, independentemente de qualquer propósito, tudo é matéria de poesia, neste terceiro livro, glauce menfran (Glauce Franco), com sua poética por vezes muito bem-humorada mas, também, de forte crítica social e política, desde as canções de ninar centenárias até o chá de gengibre com limão com a Thunbergia Mysorensis ao som de Eric Chapton e Anoushka Shankar, desde a gratidão eterna a Haroldo e Augusto de Campos e uma Conceição “Bougainvillea” Evaristo quebrando telhados de vidro até o pão de levain no forno da cozinha, desde o dia a dia de atendimento na Defensoria Pública, o “pretuguês” e o menino que caiu nos trilhos, “o corpo pobre e preto escarrado do pulmão-porão do trem” até as “fraldas de pano em galáxias de água com sabão”, desde o filme no cinema do Museu da República e os personagens de seriados da TV acordando depois de um megaporre de ayahuasca até e o micro-ondas apaixonado pela air fryer da vizinha, desde a eleição presidencial e o genocídio dos yanomamis até a Inteligência Artificial e os gases do avô que poderiam ter inspirado a Quinta Sinfonia de Beethoven, ilumina o cotidiano da vida, artesanal e afetuosamente, ressaltando: “não me peçam para photoshopar na poesia, / preciso passar o café, cortar o pão, / colocar as palavras na bacia para quarar / na exsurgência exigente do sol quente”(Poeta na madrugada).


Interpretações literárias do Brasil moderno e contemporâneo
Danação
A era do sono
Nenhum nome onde morar
Reversor
A herdeira [Washington Square]
Ave, Rosa!
O aprendiz do desejo
Supertrampo
Estou viva
Grito em praça vazia
O menor amor do mundo
Leitura e formação do leitor
Cinema, literatura e filosofia
Vento, vigília
Antologia poética
Pré-história
O fim do Brasil
Criando caso todo dia
Pulvis
Nas frestas das fendas
Cara de cavalo
O autista e seus objetos
O morse desse corpo
Tentando entender monterroso
O tempo amansa / a gente
Corvos contra a noite
A natureza degenerante
O gueto/ O eco da minha mãe
Cadernos de alguma poesia
Espiral: contos e vertigens
Durante 

