Como quem não quer nada, Elisa Guedes fala, dentre outras coisas, de política, de educação, de arte, de relacionamentos.
É louvável o talento que a escritora tem para lidar de modo acessível com temáticas por vezes melindrosas, mas, ao mesmo tempo, em belo paradoxo, evidenciando o quanto essas temáticas podem ser labirínticas. Sem deixar de serem crônicas, considerando-se o que elas podem ter de leveza, de graça ou de lirismo, os textos deste livro acabam trazendo à tona uma mulher interiorana que anseia por um cosmopolitismo genuíno: ao mesmo tempo em que reflete, por exemplo, sobre a vida longe dos grandes centros urbanos ou sobre a velhice, a autora quer entender os tempos correntes e estar neles não com saudosismo acrítico, mas com desejo de se manter atualizada. Nesse vaivém ora no passado, ora no presente, ganha o leitor uma das mais notáveis características da literatura — a atemporalidade.
[Lívio Soares]

Bravos companheiros
Estou viva
Quase música
O mais sutil é a queda
A era do sono
"Santo forte" visto por
Governo Vargas: questões regionais e relações interamericanas
O morse desse corpo
O autista e seus objetos
O baixo contínuo no Brasil 1751-1851
O menor amor do mundo
Terapia de regressão
Pulvis
Nas frestas das fendas
Apesar das coisas ásperas 

