O olhar arguto do poeta passeia pelo Rio de Janeiro, desvendando suas mazelas sociais, a música oculta nas suas paisagens e a eternidade que mora nos encontros humanos. “Observe atentamente o espaço / geleia de tempo onde o tempo acontece: / alfaiate de estrelas e gente / que do pó primeiro faz seu fio e tece”. Nuno Virgílio Neto flagra a poesia dos universos macro e micro em seu livro de estreia, repleto de referências musicais e literárias em versos de extrema fluência e coloquialidade: para ler e ouvir. Sua sensibilidade ímpar envereda com o leitor por meias-noites estreladas, pelo canto da chuva, por céus iluminados – por toda energia e luz própria dessa eletricaestrela.


Pedaço de mim
Quando formos doces
Era preciso um caminho
A casa invisível
Vestígios
O assassinato da rosa
Cadernos de alguma poesia
Os rumores imprecisos das conversas alheias
As copas do mundo no Brasil
O vento gira em torno de si
O Cid (1636-1637)
Estou viva 
