Em tom confessional, procurando um formato entre o memorialístico e a crônica banhada em poesia, Raul Ruas escreve um texto orgânico, concreto, direto e cortante. Isso talvez tenha algo a ver com o fato de o autor sonhar com “uma arte que nasça do encontro do blues com o barroco”, ou o seu desejo de se tornar “um cronista estranho”; alguém dono de uma intuitiva capacidade de fundir o que chamamos “realidade” com os delírios caídos daquele intangível reino que tantos dizem pertencer à poesia. Seja como for, tudo vai se revelando de modo espontâneo no livro Em torno dos 26 anos, com um pouco de humor aqui, pontada de ironia ali, tudo em ritmo construtivo bem compassado. É uma obra singular, que não pode deixar de ser lida.


Vera Ballroom
Quando estava indo embora
As enganadas
A filosofia natural e experimental na Inglaterra do século XVIII
Fausto tropical
Cárcere privado
As mãos
Motus perpetuo
Grito em praça vazia
O assassinato da rosa
Brasil em perspectiva
O desejo de esquecer
O menor amor do mundo
Estrada do Excelsior 

