Em seu livro de estreia, Catarina Costa convida o leitor a revisitar as páginas numa investigação do poema que vez ou outra desaparece mesmo que na folha as palavras estejam impressas em tinta preta. A criança ainda embrionária teima em dizer que existe, mas ela não quer nascer. E assim se desenvolve a mãe que antes de pensar em ter uma criança foi sendo criança e depois de ter sido foi também o despontar do bico do peito até descobrir o gesto universal dos homens: a predação. Instaurando-se então o tempo do fascínio, seja nos livros como O velho e o mar ou nas veias que se confundem com a madeira da mesa. Deus em certos instantes cisa a barriga de uma ratazana, sendo que o mesmo, outrora, graceja para o poema, logo o maior gesto de coragem da poeta diante ao mundo.
Aos que chegaram até aqui eu proponho que agarrem o livro antes da extinção das palavras.


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O estado das coisas
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"Theodorico, o imperador do sertão" visto por
O vento gira em torno de si
Cara de cavalo
Henrik Ibsen no Brasil
Cena, dramaturgia e arquitetura
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Poesia reunida
Retrato das alturas
Corvos contra a noite
Sobre o teatro de marionetes
Voando pela noite (até de manhã)
A era do sono
Labirintos do tráfico: vidas, práticas e intervenções
Campos de Carvalho contra a Lógica
Nas frestas das fendas
Da capo al fine
Era preciso um caminho
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel 

