Com uma obra que transita com igual vigor entre a poesia, a ficção e o ensaio, Manoel Ricardo de Lima vem se afirmando como um de nossos autores mais importantes. Esta geografia aérea mapeia uma boa parte dessa aventura da escrita, reunindo os textos de seus livros anteriores (desde Embrulho e Falas inacabadas, ambos de 2000, até Quando todos os acidentes acontecem, de 2009) – porém reescritos, revistos, rearranjados, abertos a novas leituras. E acrescidos ainda de uma seção inédita, Lâminas, que abre o livro já levando o leitor nesse sobrevoo, apresentando o cenário de sua escrita por vezes fragmentada e tortuosa, que rompe as fronteiras entre poema e prosa, à beira da guerra, do desastre ou do acidente, por um triz. Como bem aponta Annita Costa Malufe em seu posfácio, essa escrita (ou re-escrita) fragmentada, por vezes violenta, baseada na vertigem do corte, na descontinuidade, apresenta “uma tarefa quem sabe política, quem sabe ética, e urgente, em tempos de tanto consenso e assertivas, tantas imagens e clichês”. São poucos os autores que ousam se lançar com tanta coragem nesse tipo de aventura. Manoel é um desses que sabe mergulhar até o fundo, e que na volta sabe nos contar o indizível.


Corvos contra a noite
Formação de professores e experiência docente
Nenhum nome onde morar
Tradução e psicanálise
"Moscou" visto por
A outra história
Dos artefatos e das margens
Fausto tropical
Cadernos de alguma poesia
Quase música
Pulvis
O médico e o barqueiro e outros contos
A casa invisível
A queda
Eu, Jeremias
O tempo amansa / a gente
Grito em praça vazia
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Vento, vigília
Danação
O mar que restou nos olhos
A gaia ciência de James Joyce
Poemas para morder a parede 

