A protagonista de Memória de antes cadáver encara o mundo com uma filosofia muito própria e singular. “Inigualável, inadaptável, indigna”, como bem se define, ela habita uma existência à margem, na periferia da humanidade, à sombra dos cadáveres. Estranha, alheia às convenções sociais, caminha pelas ruas acompanhada por uma solidão indissolúvel – e sua compreensão do mundo ora lança o leitor ao torvelinho da insensatez, ora inflama uma lucidez dolorosa.
Por meio do abismo pessoal desta narradora, Narjara Medeiros confirma seu dom de criar universos ficcionais riquíssimos, numa escrita que prima pela linguagem saborosa e pela força imagética, num enredo mirabolante. As peripécias desta personagem num mundo estranho e tão cruel quanto ela própria fluem num voo lisérgico de imaginação delirante – e são tão habilmente tecidas que enredam, absorvem e tragam o leitor em sua espiral, como só a boa literatura é capaz de fazer.


Da capo al fine
A casa invisível
Quase música
O assassinato da rosa
Camilo Castelo Branco e Machado de Assis em diálogo
Cadernos de alguma poesia
Rita
Nenhum nome onde morar
A paixão mortal de Paulo
No limite da palavra
Traduzindo Novarina
Cara de cavalo
Estrada do Excelsior
Poemas para morder a parede
Corvos contra a noite
Caminhos para conhecer Dona Flor no cinquentenário da narrativa de Jorge Amado
A duas mãos
Sodoma
O morse desse corpo
A memória é uma boneca russa
Vento, vigília
O mais sutil é a queda 

