O Homem dos Patos é um romance singular que, na fronteira com a poesia e o teatro, mostra a força crítica de uma expressão calcada na ousadia e na insubmissão formal. Conciliando uma precisão quase geométrica na composição das páginas e uma liberdade radical na escrita, o livro está estruturado em três planos simultâneos que, trançados numa perspectiva lúdica, capturam o leitor pelo ritmo pujante. Extrapolando, porém, qualquer tentativa de delimitação temática, o romance é antes de tudo uma celebração da linguagem e da invenção sem amarras, uma caudalosa proliferação de vozes que – numa mescla rara de concisão e profundidade – perpassa tópicos como o apego e o desapego, a memória e o esquecimento, a atenção e a presença, a ação do tempo e a provisoriedade das identidades.


Vento, vigília
O tempo amansa / a gente
Três faltas e você será foracluído [...]
Corpo em combate, cenas de uma vida
História do esporte
O assassinato da rosa
As amarras
No domínio de Suã
Pré-história
Algum Lugar
Poesia reunida
Motus perpetuo
Da capo al fine
O menor amor do mundo
A ordem interior do mundo
De todas as únicas maneiras 

