O mundo na “Era Atômica”

O Brasil e a “Guerra Fria” (1945-60)

R$74,00

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O mundo na “Era Atômica”

R$74,00

ISBN: 9786559052837 REF: 9786559052837 Categoria:

Quando pensamos em Fernando de Noronha imaginamos o paraíso, um arquipélago cheio de encantos da natureza, lazer e praia. Quando pensamos na “Guerra Fria” imaginamos um duelo ideológico e político entre os grandes poderes políticos da Euroásia e os Estados Unidos. O livro O mundo na “Era Atômica”: o Brasil e a “Guerra Fria” (1945-60) nos oferece uma história até agora escondida tanto da chamada “Guerra Fria” quanto de Fernando de Noronha. A história aqui mostrada é pouco contada nos livros de História do Brasil ou sobre as relações internacionais, mas é de extrema importância para entender como o Brasil se situava no âmbito internacional nos anos imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, entender a relação entre o Brasil e a “Era Atômica” é compreender o lugar do Brasil no mundo.

Tácito Rolim nos navega por esta história, a base de pesquisa rigorosa em arquivos internacionais, passando primeiro pelo contexto nacional da diminuição de importância estratégica da América Latina no pós-guerra. Através desta leitura, aprendemos que, enquanto durante a Segunda Guerra Mundial o Brasil e outros países latino-americanos tiveram importância estratégica para os Estados Unidos, no sentido de prover bases militares e matéria-prima estratégica, durante a Guerra Fria o Brasil não teve mais essa importância estratégica imediata e insubstituível, diminuindo assim o poder da barganha.

Mesmo assim, o governo brasileiro conseguiu tirar proveito do interesse dos norte-americanos no arquipélago de Fernando de Noronha, cedendo-o para a construção de uma estação de rastreio de mísseis e foguetes teleguiados. Em troca, o Brasil exigiu e através de intensas negociações, conseguiu empréstimos e melhorias na infraestrutura militar e no material bélico. A importância estratégica do Brasil – ou mesmo do Nordeste brasileiro de novo foi geográfica: a sua localização permitiu rastrear os misseis ICBM lançados do Cabo Canaveral. No final, o que permitiu a participação do Brasil na “Guerra Fria” não foi a ideologia, nem a política, senão um apoio no conjunto nuclear. Este momento no qual o uso de Fernando de Noronha foi indispensável, que Rolim chama de “renascimento estratégico”, foi o único momento durante a Guerra Fria em que o Brasil teve poder de barganha por causa de importância estratégica.

Tácito Rolim nos mostra que a “Guerra Fria” não se define apenas pelo antagonismo político e ideológico mas também pela criação de armas nucleares tão poderosas que podem realizar a autodestruição da raça humana. A partir desta constatação, cria uma nova abordagem chamada de “abordagem nuclear” que incorpora o antagonismo político e ideológico com outros fatores relevantes para a análise: “o medo, a angústia e o receio” do possível uso das armas nucleares, do poder de autodestruição humana.

Assim, Rolim nos mostra a importância de desdobrar as relações e articulações entre conjuntos históricos globais, como a chamada “Era Atômica” e a “Guerra Fria”, e nos ensina a importância de prestar atenção não apenas nas ações de governos nacionais, mas também no contexto de localidades específicas.

Courtney J. Campbell
University of Birmingham

 

 

O livro, resultado de suas pesquisas no doutorado, trata das relações entre Brasil e Estados Unidos entre o final da Segunda Guerra Mundial e durante os anos 1950. O leitor interessado na Guerra Fria e o lugar do Brasil no conflito vai se deparar com ideias originais e inovadoras. Tácito compreende a Guerra Fria como período de continuado e acirrado conflito político e ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética desde o final da Segunda Guerra Mundial. Mas ele inova a análise. Aos componentes políticos e ideológicos da Guerra Fria, ele agrega elementos tecnológicos que tornaram fria a guerra, impedindo a eclosão do próprio conflito que destruiria a humanidade. Tácito compreende a Guerra Fria como conflito entre capitalismo e comunismo, mas que não está dissociado de repertório tecnológico, como bombas termonucleares e mísseis balísticos intercontinentais. Os dois componentes congregam o que ele chama de abordagem nuclear.

Jorge Ferreira
Professor Titular aposentado de História do Brasil da Universidade Federal Fluminense

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