A mão quase alcançava o pacote de macarrão (do tipo gravatinha _o preferido do Carlinhos), quando o gesto ficou em suspenso. A frase! Uma imagem que acabava de brotar e que tinha tudo para virar poesia. Como uma borboleta rara que voa, arisca: há um momento único de persegui-la e capturá-la na rede das idéias. Depois disso, nunca mais; pelo menos, não aquela. A frase soava tão forte que ela se alheou de tudo, do pacote de macarrão, da lista de compras, do carrinho quase transbordando, das pessoas que pediam licença, irritadas com aquela mulher parada no meio do corredor, atrapalhando a passagem. A frase insistia, martelava, numa revelação intensa, única, lírica, um clarão repentino vindo das profundezas de sua imaginação.


Quando estava indo embora
O tempo amansa / a gente
Numa nada dada situação
Auto de resistência
Mozart em ritmo de samba
Um Flamengo grande, um Brasil maior
Bonito, barato e gostoso
O Rio de Janeiro nos jornais
A tradição viva em cena
Cantiga de exílio
Parados e peripatéticos
3º Encontro questão de crítica
Luzia
À beira da cidade
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
Todo diálogo é possível
Era preciso um caminho
Reversor
Estrada do Excelsior
O morse desse corpo
Fragmentos
Saúde mental e memória
Memória e resistência
Sublunar
Cadernos de alguma poesia
São Sebastião Blues
Max Martins em colóquio
O menor amor do mundo
O mar que restou nos olhos
Cristóvão, o biógrafo de si mesmo
A ordem interior do mundo 

