A vida é um circo. Não há ensaio que baste. Tudo acontece de um modo imprevisível. É salto no escuro. Por mais que a gente pense que tem o controle nas mãos, os riscos calculados e as habilidades bem treinadas, nós não temos. Não inteiramente. Às nossas estripulias, nos atrevemos, na maioria das vezes, sem redes de proteção.
Um único movimento é suficiente para que tudo tome um rumo completamente diferente. E, independentemente do rumo tomado, o espetáculo não para. Entre um ato e outro, não há intervalos.
Seguimos representando nossos papéis e reverenciando uma plateia que é pura ilusão. Nesse picadeiro, somos todos artistas. Não existem meros espectadores. Ainda assim, esperançosos, aguardamos os aplausos com alguma ansiedade.
Na certeza de que tudo é circo, cinco escritores, que um dia se esbarraram, decidiram escrever juntos algumas histórias. Todas elas contam vida. Vida por um fio. Como a minha, a sua, a de cada um de nós.
Os personagens destes contos são gente como a gente, gente comum se equilibrando, todos os dias, entre risos, lágrimas, aplausos e vaias. Gente que, como aconteceu aos escritores aqui reunidos, também se esbarra. Porque nesse circo que é a vida, há surpresas. Algumas boas, outras nem tanto. Há as que causam encanto e as que provocam espanto. Entretanto, nenhuma delas à toa.
Estilos diferentes, assinaturas únicas, cada escritor busca transmitir, através dos personagens criados, emoções próprias com as quais qualquer um pode se identificar.
As histórias falam de amor e de desamor, de confiança e de traição, de ousadia e de ganância, de fins e de recomeços. Afinal, a vida é lugar de encantamento e de tropeços. Tudo é vida. Tudo é circo.
A.P. Brandão (organizadora)