Como ser poeta? Como viver de poesia, arte não comercial por natureza? Chacal mergulhou de cabeça, do último andar, na arte de viver a arte, numa época em que o sonho ainda não tinha acabado — e embarcou numa navilouca repleta das figuras mais emblemáticas da cena cultural brasileira das últimas décadas do século XX para entrar no novo milênio fazendo e refazendo a cabeça das novas gerações.
O dom da palavra, aqui, vai muito além da escrita. Chacal é um poeta da palavra falada, vivida (vívida), e soube transitar como poucos por todos os atalhos que pudessem levar à poesia, imprimindo em mimeógrafo suas primeiras obras, flertando com a música popular e o teatro, driblando as pedras do caminho para se inventar à margem da indústria cultural e dos cânones acadêmicos. O mergulho é profundo, é preciso romper os rótulos para chegar até a outra margem — e além dela, à terceira, à margem da margem.
Então aqui temos a história deste transgressor, marginal, do cara que fez da vida poesia e dos seus vice-versos, deste Chacal de quem mal conhecemos o apelido Ricardo, e de tantos personagens que se juntaram na aventura radical de fazer arte pela arte — de Torquato
a Carlito, passando por Asdrúbal, Manhas & Manias e outras companhias.
Se “o poeta é a pimenta do planeta”, vale a pena mergulhar de cabeça nessas páginas para conhecer essas aventuras poéticas, de quem foi lá, na frente, e viu. Porque o Chacal tem muita história pra contar. E porque, como em todo mergulho radical, não há volta: a vida é.


Mulheres de moto pelo mundo
A tradição viva em cena
Dinossauro emancipado
Corpos em projeção
Cárcere privado
A cidade inexistente
Três faltas e você será foracluído [...]
Chernoviz e outro romantismo 

