A lição no 1 deste livro de Sylvia Damiani é o prazer. O pássaro que voa, como quem escreve o poema, deixa o corpo solto, planando pelas cidades, estradas e paisagens deste Atlas, olhando as coisas a cada vez de outros ângulos, de ponta-cabeça, de trás pra frente, como numa brincadeira. Porque este livro é feito de muito humor, o humor da verdadeira modéstia, de quem escreve poemas como quem descongela o freezer ou faz alguma outra tarefa corriqueira, e fundamental, cuidadosamente, pacientemente, sem a presunção do grande especialista, atenta a cada gesto e movimento.
A especialidade é o olhar, com clareza e perspicácia, dirigido às coisas, aos outros – “tento alcançar você”, é como se cada um dos poemas nos dissesse. E se cada poema, qual criança ou amante, exige muito de quem escreve, tudo bem, porque nele é possível viver em estado de expectativa, à espera de ver no que dá cada dia, cada viagem, cada encontro. E nesse estado fica também quem lê, poema após poema, até chegar ao fim, para então querer logo começar de novo. [Paloma Vidal]


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Estrada do Excelsior
Corpo em combate, cenas de uma vida
Motus perpetuo
O vento gira em torno de si
Cadernos de alguma poesia 

