A lição no 1 deste livro de Sylvia Damiani é o prazer. O pássaro que voa, como quem escreve o poema, deixa o corpo solto, planando pelas cidades, estradas e paisagens deste Atlas, olhando as coisas a cada vez de outros ângulos, de ponta-cabeça, de trás pra frente, como numa brincadeira. Porque este livro é feito de muito humor, o humor da verdadeira modéstia, de quem escreve poemas como quem descongela o freezer ou faz alguma outra tarefa corriqueira, e fundamental, cuidadosamente, pacientemente, sem a presunção do grande especialista, atenta a cada gesto e movimento.
A especialidade é o olhar, com clareza e perspicácia, dirigido às coisas, aos outros – “tento alcançar você”, é como se cada um dos poemas nos dissesse. E se cada poema, qual criança ou amante, exige muito de quem escreve, tudo bem, porque nele é possível viver em estado de expectativa, à espera de ver no que dá cada dia, cada viagem, cada encontro. E nesse estado fica também quem lê, poema após poema, até chegar ao fim, para então querer logo começar de novo. [Paloma Vidal]


Pré-história
A memória é uma boneca russa
Hakim, o geômetra e suas aventuras
Da capo al fine
Sublunar
Poesia canadense contemporânea e multiculturalismo
Contos contidos
O chamado da vida
Nenhum nome onde morar
A desordem das inscrições
"Volta Redonda, memorial da greve" visto por
Eva Péron, Loretta Strong, A geladeira
"Os romeiros do Padre Cícero" visto por
"Boca de lixo" visto por
A invenção do amor
A voz na ópera
Vento, vigília
Poesia reunida
"A família de Elizabeth Teixeira + Sobreviventes de Galileia" visto por
Pulvis
Corpos em projeção
Histórias do bom Deus
Era preciso um caminho
Poemas para morder a parede
A gaia ciência de James Joyce
Raízes partidas
Pesquisa sobre política, currículo e cotidiano escolar
Mural dos nomes impróprios
A duas mãos
Estou viva 

