É o incerto da fera que somos, esse filho divino da criação. Daí que nos agarramos à razão, essa mulher imprópria e títere, para que em nossas bacias não corra nunca o sangue dos lobos e das corujas. Enquanto isso, esposas dedicadas acolhem seus maridos que voltam de suas feras, onde precisam se alimentar para continuar reagindo e presenciar a vida. E maridos zelosos acolhem suas mulheres que voltam lobas, às vezes feridas, de suas incursões em suas veredas de descobrimento, de sangue, de pele, de memória.
Todos voltam à fera que são – no recolhido da noite -, para afiar os dentes, aprender a rir, amar, para aprender a deixar-se no colo de outrem sem medo, como as feras mesmas o fazem, quando lhes acariciam o focinho sem medo.


Bravos companheiros
Estou viva
Quase música
O mais sutil é a queda
A era do sono
"Santo forte" visto por
Governo Vargas: questões regionais e relações interamericanas
O morse desse corpo
O autista e seus objetos
O baixo contínuo no Brasil 1751-1851
O menor amor do mundo
Terapia de regressão
Pulvis
Nas frestas das fendas
Apesar das coisas ásperas
A casa invisível
Cadernos de alguma poesia
Como não agradar as mulheres 

