Como quem não quer nada, Elisa Guedes fala, dentre outras coisas, de política, de educação, de arte, de relacionamentos.
É louvável o talento que a escritora tem para lidar de modo acessível com temáticas por vezes melindrosas, mas, ao mesmo tempo, em belo paradoxo, evidenciando o quanto essas temáticas podem ser labirínticas. Sem deixar de serem crônicas, considerando-se o que elas podem ter de leveza, de graça ou de lirismo, os textos deste livro acabam trazendo à tona uma mulher interiorana que anseia por um cosmopolitismo genuíno: ao mesmo tempo em que reflete, por exemplo, sobre a vida longe dos grandes centros urbanos ou sobre a velhice, a autora quer entender os tempos correntes e estar neles não com saudosismo acrítico, mas com desejo de se manter atualizada. Nesse vaivém ora no passado, ora no presente, ganha o leitor uma das mais notáveis características da literatura — a atemporalidade.
[Lívio Soares]

Cara de cavalo
Nenhum nome onde morar
Praia a pino
Arrastão de textos
Cinzas do século XX
Cadernos de alguma poesia
Quando estava indo embora
Era preciso um caminho
Balaio
A paixão mortal de Paulo
Hakim, o geômetra e suas aventuras
Sobre Spinoza
Caminhos para conhecer Dona Flor no cinquentenário da narrativa de Jorge Amado
Supertrampo
Para pensar
O médico e o barqueiro e outros contos
Diálogos possíveis
A gymnastica no tempo do Império
Tramas epistêmicas e ambientais
Crítica de poesia
Antologia poética
História de vocês
O papagaio & outras músicas 

