Fruto da união das composições de dois poetas, Vera Casa Nova e Flávio Boaventura, Elipses surpreende justamente pelas reverberações que essas vozes produzem quando em contato. De um lado, apresentada em um novíssimo léxico, manifesta-se uma intensa busca por novos sons e por uma vívida expressão da experiência sensorial do homem no mundo urbano. De outro, o texto cifrado em staccato confere um ritmo singular a uma poesia de insinuações, de lacunas, que transmite os significados pela elisão dos elementos.


Poemas para morder a parede
O morse desse corpo
Todo abismo é navegável a barquinhos de papel
De todas as únicas maneiras
O assassinato da rosa
A herdeira [Washington Square]
Caderno de viagem
Meu imenso Portugal
O mar que restou nos olhos 

